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Inauguração do Monumento do Cante Alentejano em Odemira

A inauguração do Monumento ao Cante Alentejano, em Odemira, está agendada para o dia 27 de novembro, pelas 10.30 horas, na Quinta da Estrela, numa cerimónia que contará com a presença do Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do Presidente da Câmara, Hélder Guerreiro. Esta iniciativa acontece, simbolicamente, no dia em que o Cante Alentejano foi classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade (em 2014).


Através deste monumento, da autoria do escultor Fernando Fonseca e cuja execução esteve a cargo da empresa Gate7, o Município de Odemira presta homenagem ao Cante Alentejano e aos seus intérpretes, perpetuando a sua memória e incentivando as novas gerações a manterem viva esta prática expressiva tradicional.
A cerimónia de inauguração será vivida em ambiente de festa e contará com as participações dos Grupos Corais de Odemira, São Luís, Vila Nova de Milfontes, Vozes Femininas de Amoreiras-Gare, Os Ganhões de Castro Verde, o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e o Grupo Coral Infantil de Odemira Cá se Canta.
O programa contará com a inauguração da exposição de fotografia “Cante - Alma do Alentejo”, da autoria da fotojornalista Ana Baião, e cedida pelo Museu do Cante Alentejano / Município de Serpa, patente ao público junto à Casa do Povo de Odemira.
Este momento será aberto à comunidade e terminará com um almoço-convívio, no Jardim Ribeirinho do Mira, a partir das 12.30 horas.

Ficha técnica “Monumento ao Cante Alentejano”
Autor: Escultor Fernando Fonseca
Execução: Gate7 – Gravity Balance Unipessoal Lda, de Ponte do Rol (Torres Vedras)
Dimensões: 12,5m x 6m x 4,5m
Peso estimado da escultura: 14,5 toneladas
Materiais: Escultura executada em EPS (poliestireno expandido) com Estrutura interior metálica reforçada com projeção em betão

Fernando Fonseca
Natural de São Teotónio, o escultor Fernando Fonseca realizou a primeira exposição aos 13 anos em Odemira, cujo sucesso facilitou a sua admissão como aluno semi-interno da Casa Pia de Lisboa, onde frequentou o curso de Escultura Decorativa. É licenciado em Artes Plásticas (Escultura) e foi professor de Educação Visual do 2º e 3º ciclos até à sua aposentação. Na sua vasta carreira como escultor conta com vários prémios e a realização de inúmeras exposições, individuais e colectivas. Em paralelo desenvolveu várias colaborações em projectos artísticos e em órgãos de comunicação social, tendo várias referências em livros e revistas da especialidade. Em 2010 coordenou as celebrações do Centenário da República em São Teotónio e em 2020 esteve representado no Museu da República de Pedrógão Grande. É autor de cerca de uma centena de peças de medalhística, temática ou comemorativa, como a coleação “Figuras e Factos da Expansão e Expressão de Portugal no Mundo” (60 peças) editada por Colecções Artísticas - Porto, e as medalhas comemorativas dos 40 anos do 25 de Abril e dos 50 anos da Barragem de Santa Clara para o Município de Odemira. Foi vencedor do concurso internacional de celebração dos “8 Séculos da Língua Portuguesa” e do concurso para a moeda de 2 euros comemorativa dos 500 anos do Primeiro Contacto de Portugal com Timor, ambos promovidos pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Várias esculturas e medalhões de personalidades da história e da cultura portuguesas em geral e de Odemira em particular, de sua autoria, estão patentes em espaços públicos de Gouveia, Castelo de Vide, ferreira do Zêzere, Lisboa, São Martinho das Amoreiras, São Teotónio e Odemira. Um dos mais recentes desafios artísticos foi a elaboração e produção do Monumento ao Cante Alentejano, para o Município de Odemira.

Exposição de fotografia “Cante - Alma do Alentejo”, da autoria da fotojornalista Ana Baião


A exposição “Cante – Alma do Alentejo” resulta de uma seleção de fotografias do livro com o mesmo título, da autoria de Ana Baião, publicado pela RCP Edições, e insere-se no programa de inauguração do Monumento ao Cante Alentejano, apresentado pelo Município de Odemira. Retrata o mundo do Cante, os lugares e os espaços onde se manifesta esta prática expressiva tradicional, figuras e grupos que o mantiveram vivo. Como refere no prefácio do livro, Salwa El-Shawan Castelo-Branco, do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, “É uma mostra de momentos de prática de Cante nos seus lugares de origem no Alentejo, nas comunidades alentejanas na área metropolitana de Lisboa e no mundo. Leva-nos aos espaços onde o Cante acontece: a taberna, o palco, a festa, o encontro, a rua (…) É um testemunho de um património vivo que é a voz do Alentejo”.
Ana Baião nasceu em Lisboa. Fez a sua formação no Instituto Português de Fotografia e, aos 20 anos, tornou-se fotojornalista, iniciando a carreira no jornal O Século. Em 2000 transferiu-se para o Expresso, depois de ter passado pelas redações do Diário de Notícias e de O Independente, ao mesmo tempo que colaborava com a agência Associated Press. Já por várias vezes expôs os seus trabalhos, individual e colectivamente, tendo conquistado diversos prémios. Em 2004, foi distinguida pela Assembleia da República com a medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2015 que documenta o Cante Alentejano e já publicou dois livros, "Cante-Alma do Alentejo" em 2017 e " Cuba Cante, Tabernas e Talhas" em 2021.
A exposição estará patente ao público em Odemira até ao final de dezembro.

15 Novembro 2022